Identificação política e valores profissionais em tensão na prática jornalística em duas redações da cidade de Buenos Aires
Resumo
O objetivo do artigo é analisar as tensões que surgem entre a identidade profissional e a identificação política dos jornalistas nas redações dos jornais Página/12 e Tiempo Argentino entre 2010 e 2015 durante o governo de Cristina Fernández de Kirchner. A partir de uma abordagem etnográfica, o artigo aborda confluências e tensões relacionadas à identificação política de jornalistas e da mídia, cuja análise nos permite reconstruir os valores que os primeiros destacam como característica do exercício de sua prática profissional. Para isso, recuperam-se as contribuições da sociologia do trabalho do interacionismo simbólico e a abordagem dramatúrgica para analisar duas instâncias diferenciadas do processo de identificação. A primeira refere-se ao recrutamento de jovens jornalistas nas redações e ao papel que desempenha, na formação de suas expectativas de ingressar no mundo jornalístico, a afinidade entre sua identificação política e a linha editorial do meio em que entraram para trabalhar. A segunda instância descreve situações do cotidiano de produção noticiosa em cada uma das redações, onde foram registrados pontos de vista sobre a abordagem da apresentação de eventos políticos e gerou-se um distanciamento da linha editorial do meio. A partir da análise dessas situações, veremos, por exemplo, que os critérios de noticiabilidade nem sempre operam como ponto de partida do trabalho jornalístico, mas estão permanentemente sujeitos à discussão. Dessa forma, em vez de analisar as tarefas cotidianas nas redações à luz de critérios definidos a priori, será a reflexão contínua realizada pelos próprios atores em seu trabalho, que nos permitirá reconstruir os valores e as normas do trabalho próprios da deontologia jornalística.
Downloads
Referências
Abbott, Andrew (1993). «The Sociology of Work and Occupations». Annual Review of Sociology, 19, 187-209.
Altheide, D. (1976): Creating Reality: How TV News Distorts Events. Sage, Beverly Hills. 1984.
Aruguete, Natalia (2015). El poder de la agenda. Buenos Aires: Biblos.
Bauman, Zygmunt y May, Tim (2007). Pensando sociológicamente. Buenos Aires: Nueva Visión.
Becker, Howard (2006). Los mundos del arte. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes.
Becker, Howard; Geer, Blanche, Hughes, Everett y Strauss, Anselm (1961). Boys in White: Student Culture in Medical School. University of Chicago Press.
Becker, Howard y Strauss, Anselm (1956). «Careers, Personality, and Adult Socialization» American Journal of Sociology, 62 (3), 253-263.
Berger, Peter y Luckmann, Thomas (1998). La construcción social de la realidad. Buenos Aires: Amorrortu.
Boczkowski, Pablo (2010). News at work: Imitation in an Age of Information Abundance. University of Chicago Press.
Bourdieu, Pierre (1997). Sobre la Televisión. Barcelona: Anagrama.
Champagne, Patrick (1998). «La doble dependencia. Algunas observaciones sobre las relaciones entre los campos político, económico y periodístico». En: Gauthier, Gilles; Gossellin, André y Mouchon, Jean (comps). Comunicación y política. Barcelona: Gedisa.
Champagne, Patrick (1999). «La visión mediática» En: Bourdieu, Pierre (dir.). La miseria del Mundo. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica. 2007.
Darnton, Robert (2010). «El periodismo: imprimimos todas las noticias que quepan». En: El beso de Lamourette. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
Epstein, Edward (2000). News from Nowhere: Television and the News. Chicago: I.R. Dee.
Gans, Herbert (2004). Deciding what´s news. Evanston: Northwestern University Press.
Goffman, Erving (2001). Estigma. Buenos Aires: Amorrortu. 2006.
Goffman, Erving (1981). La presentación de la persona en la vida cotidiana. Buenos Aires: Amorrortu. 2009.
Golding, Peter y Elliott, Philip (1976). Making the News. University of Leicester, Centre for Mass Communication Research.
González, Horacio (1992). La realidad satírica. 12 hipótesis sobre Página 12. Buenos Aires: Paradiso.
Hall, Stuart (1996). «Introducción: ¿Quién necesita identidad?». En Hall, Stuart y du Gay, Paul (comps.): Cuestiones de identidad cultural. Buenos Aires: Amorrortu. 2003.
Hughes, Everett (1952). «The Sociological Study of Work: An Editorial Foreword». American Journal of Sociology, 57 (5), 423-426.
Hughes, Everett (1951). «Mistakes at Work». The Canadian Journal of Economics and Political Science / Revue Canadienne D'Economique Et De Science Politique, 17(3), 320-327.
Hughes, Everett (2012): Men and their work. California: Forgotten Books.
Joas, Hans (1995). «Interaccionismo simbólico». En Giddens, Anthony (ed): La teoría social hoy. Buenos Aires: Alianza.
Lacunza, Sebastián (2016). Pensar el periodismo. Buenos Aires: Ediciones B.
Lemieux, Cyril (2010). «Introduction. L’autonomie, nécessité de la practique journalistique». En: Lemieux, Cyril (comp.). La subjectivité journalistique. Paris: Éditions de l’École des hautes études en sciences sociales.
Martini, Stella (2004). Periodismo, noticia y noticiabilidad. Buenos Aires: Norma.
McCombs, Maxwell y Shaw, Donald (1972). «The Agenda-setting function of the mass media». Public Opinion Quarterly, 36, 176-187.
Park, Robert (1950). Race and Culture. Glencoe, III, Free Press.
Pereyra, Sebastián (2013). Política y transparencia. Buenos Aires: Siglo XXI.
Rodrigo Alsina, Miquel (1993): La construcción de la noticia. Barcelona: Paidós.
Schlesinger, Philip (1987). Putting “reality” Together: BBC News. Londres: Methuen.
Tuchman, G. (1972). «Objectivity as strategic ritual: An examination of newsmen’s notions of objectivity». American Journal of Sociology, 77 (4), 660–679.
Tuchman, Gaye (1983): La producción de la noticia. Barcelona: Gustavo Gili.
Wolf, Mauro (1987). La investigación de la comunicación de masas. Barcelona: Paidós.
Copyright (c) 2018 Laura Rosenberg

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores detêm os direitos autorais e garantem à revista o direito de ser a primeira publicação do trabalho. Caso uma tradução do artigo já publicado na Austral Comunicación possa ser publicada em outra revista, solicita-se registrar a publicação original na versão traduzida.
A licença utilizada é CC BY-NC-SA, que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer meio e formato) e adaptar (remixar, transformar e construir sobre o material) nos seguintes termos: atribuição (reconhecer a autoria) e não comercial (o material não pode ser usado para fins comerciais). Atualização: 1 de fevereiro de 2022.
A Austral Comunicación permite ao (s) autor (es) reter os direitos de publicação sem restrições.